Comerciantes temem novas ondas de saques em Alto Paraná

Diversas lojas de pequeno porte localizadas no Departamento de Alto Paraná foram saqueadas na madrugada desta sexta (31). As autoridades reforçaram o patrulhamento para evitar novas investidas nos bairros e, principalmente, na área central de CDE.
A violência em Ciudad del Este explodiu na quinta-feira (30), depois que o governo intensificou as medidas restritivas em função do aumento dos casos de coronavírus. Centenas foram as ruas protestar, mais de 50 pessoas saíram feridas, 54 foram presas, 20 veículos depredados e dois caminhões incendiados. Algumas lojas foram atingidas por pedras e tiros.
Os saques ocorridos nesta madrugada foram registrados no bairro Remansito, onde pequenos comércios foram invadidos. Além de alimentos, foram roubados utensílios domésticos, roupas, ferramentas e até uma bicicleta.
No bairro San Lorenzo, em Porto Franco, a situação foi mais grave. Um grupo de 10 pessoas quebrou vidraças e invadiu a loja R.S. Eletrodomésticos por volta da 1 hora desta madrugada.
De acordo com a ocorrência policial foram roubados diversos artigos esportivos, eletrodomésticos e outros objetos de valor. O proprietário do estabelecimento, Eugenio Silvero, disse ao jornal Ultima Hora que os prejuízos “chegam a G. 30 millones”. A polícia acredita que essa invasão partiu de uma turba ligada ao crime e não de manifestantes.
Caos social
O secretário geral da Prefeitura de Ciudad del Este, Daniel Mujica, disse que o caos social estabelecido em Alto Paraná é resultado da falta de ação e corrupção no governo central e que as manifestações desta semana podem aumentar. “A revolta com as medidas do governo está em todos os setores e isso pode resultar em uma grande convulsão social”, declarou Mujica.
Situação caótica
O dirigente sindical das pequenas e médias empresas, Miguel Amarilla, informou que a quarentena total imposta pelo governo federal agravou a situação social e financeira em Ciudad del este. “Foram tentadas diversas alternativas para mitigar a crise, mas nada de efetivo foi realizado, resultando nessa situação caótica”, disse ele.
“Já tivemos muitas promessas que não foram cumpridas pelas autoridades e agora caminhamos para o fundo do poço”, acrescentou
Amarilla.
Manifestantes marcharam pelas ruas de Assunção para protestar contra o governo e em solidariedade a população de Ciudad del Este.
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